quarta-feira, 5 de agosto de 2015

A ferramenta que faz os contos

A ferramenta que faz os contos
Sónia Marques Carvão
Edição de Autor (novembro 2013)

A ferramenta que faz os contos incide no movimento pedagógico, que tem como percursor Matthew Lipman, nomeadamente  a filosofia para crianças.
Este movimento, partindo de histórias, promove o sentido reflexivo e pensamento da criança que se interroga sobre o mundo. O objetivo não é responder às crianças, pelo contrário, é deixá-las questionar permanentemente. Questionando em conjunto, a criança reflete sobre o seu pensamento e o dos outros. A filosofia está em tudo o que nos rodeia, na contemplação, nas sensações, explorando permanentemente o pensamento e a curiosidade através da contemplação.Sónia Marques Carvão, com o título deste livro, remete para o instrumento de trabalho, pois utilizou já alguns dos contos na sua prática com crianças, num colégio em Cascais. A importância deste projeto editorial, permite através da palavra, lançar “a questão”. Um projeto de autor de quem acredita que se deve aproveitar o espanto permanente das crianças.Composto por sete contos, distribuídos por cerca de noventa páginas. (todos em edição bilingue; português e inglês) constitui-se “Um livro para todos e não só para crianças. Um livro que leva à reflexão de conceitos como o Belo, o Bom, a Ferramenta, o Amor, o Jogo, o Saber e Não Saber, bem como à reflexão de valores éticos, costumes e tradições, brincando” como é referido numa pequena nota na ficha técnica deste livro. Cada conto é acompanhado por ilustrações a preto e branco, de Catarina Morais que na sua simplicidade podem também elas, constituir ponto de partida para a reflexão dos temas abordados nos contos.Estas histórias podem ser usadas por professores e educadores com os seus alunos. Não tem limite de idade e possibilita desafiar a curiosidade das crianças, motivando-as para desafiar os seus pensamentos. Não se trata de dissecar o conto, erro crasso de muitas práticas pedagógicas, mas sim, deixar espontaneamente a criança questionar-se sobre as atitudes dos personagens, ou simplesmente um fio condutor, uma proposta ética, promotora da capacidade de cooperação e da relação com os outros. As conversas das crianças, normalmente, envolvem questões, que em muitos casos se assemelham às referidas por filósofos.A filosofia é uma proposta de liberdade onde não existem respostas finais, valoriza-se a escuta e a troca de pensamento. O conto é o ponto de partida para a motivação.Aqui fica a proposta.
Elvira Cristina Silva
in: Sugestão de leitura na Newsletter Pró-Inclusão nº 83 (março 2015 - 2ª quinzena) Associação dos Docentes de Educação Especia

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