A não redução do número de alunos nas turmas com alunos com necessidades educativas especiais voltou a ser denunciada pela Fenprof
A
Federação Nacional dos Professores (Fenprof) alertou nesta terça-feira para a
falta de professores qualificados e a sobrelotação de turmas na educação
especial, salientando que tais carências ameaçam o princípio da escola
inclusiva.
Segundo o
secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, as escolas da rede pública têm
metade dos professores de educação especial que seriam desejáveis - 5000 e não
10.000 - e apenas 21% das turmas com alunos com necessidades educativas
especiais (crianças ou jovens, por exemplo, portadores de deficiência) "é
que cumprem as normas" estabelecidas quanto à redução do número de alunos.
Recentemente, com base num inquérito aos diretores, a Fenprof avaliou em oito mil o
número de turmas que não cumprem aqueles requisitos.
Mário
Nogueira, que falava aos jornalistas, em Lisboa, após a reunião do Conselho
Nacional da Fenprof, apontou, além da sobrelotação de turmas e da "grande
falta de professores qualificados", a ausência de técnicos, terapeutas,
psicólogos e assistentes operacionais.
As
escolas, disse, estão "a desenrascar-se, a adaptar-se, a encontrar
respostas que não são as adequadas", uma situação que, a perpetuar-se,
assinalou, ameaça o "princípio da escola inclusiva".
O líder
da maior estrutura sindical de docentes precisou que, erradamente, os
professores de Língua Gestual continuam a ser considerados técnicos. Casos há,
acrescentou, em que professores de educação especial dão apoio a 30 a 40
alunos, e que esse apoio, segmentado, é apenas de meia hora por semana.
A Fenprof
voltou hoje a enumerar outros problemas nas escolas públicas: a falta de
pessoal não-docente (4000 a 5000 funcionários) e o excesso de alunos por turma
no 1.º ciclo de ensino.
Fonte Público,
04 de outubro 2016
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