quarta-feira, 17 de outubro de 2018

O Zé não lê, não escreve e não fala. “Pode parecer frio, mas ele não precisa do que se dá nas aulas tradicionais”


Não é fácil que Zé fique sossegado por mais de 40 minutos, a mãe diz-nos que é quase impossível. Querem que fique uma hora e meia sentado na sala de aula.

Não é fácil que Zé compreenda mais que uma ordem direta. Querem que ele compreenda as aulas de físico-química.

Não é fácil que Zé esteja num ambiente novo. Querem que ele esteja numa sala onde poucas vezes esteve.

Não é fácil que Zé fique em sítios com muito barulho porque ouve a triplicar. Querem que ele fique numa sala com mais 20 crianças.

Zé, José Pedro Miguel, na verdade, não lê nem fala. 16 anos. Aluno do 9º ano em Cascais. Autismo médio-grave diagnosticado (ao qual está muitas vezes associado a hiperatividade). Nunca antes esteve a tempo inteiro com os 20 e pouco colegas da sua turma. Até ao ano letivo passado estava a maioria do tempo na sala de ensino especial. As coisas mudaram. A lei está diferente. Os políticos querem educação inclusiva, que na verdade é também o que querem pais, professores, diretores e escolas. Querem-no de outra forma, com outros prazos.
Na íntegra AQUI

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