Desajustados, mas com capacidades acima da média. É a realidade de milhares de jovens na escola onde não recebem apoio
Nos olhos azuis de João cabe toda a curiosidade sobre o mundo inteiro e mais além. É um rapaz franzino no seu corpo de 9 anos, que começou a falar pelos cotovelos ainda bebé, como notavam as educadoras e auxiliares da creche. Os pais não tinham mais nenhum filho e por isso o termo de comparação não existia. Achavam tudo normal.
E assim foi, até que entrou no primeiro ano do ensino básico, numa escola de Leiria, e a professora percebeu que alguma coisa o diferenciava dos outros meninos da sala. Não tanto nas aulas (ao princípio), mas sobretudo nos intervalos, em que o mau comportamento recorrente fez crescer recados nas páginas da caderneta. Foi a perspicácia da professora que mudou o rumo da história. "Um dia chamou-me para me dizer que talvez o João tivesse capacidades acima da média, e que se sentisse desajustado nas aulas e na escola, mostrando-o nos intervalos, com outros meninos com quem pouco se identificava. Nunca usou a palavra sobredotado, mas eu e o pai percebemos que era isso que estava a querer dizer", conta (...) Lúcia B, a mãe de João (chamemos-lhe assim), três anos após essa conversa que a fez entrar num mundo que desconhecia: o das crianças sobredotadas e respetivas famílias.
Fonte: DN
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