Dos 78.175
alunos que no ano letivo de 2015/2016 frequentavam o ensino regular, estando
identificados como tendo Necessidades Educativas Especiais (NEE), 27,8% estavam
no 1.º ciclo de escolaridade, segundo dados divulgados então pela Direção-Geral
de Estatísticas da Educação e Ciência.
No conjunto eram 21.136 e destes só 2604 tinha um currículo específico
individual, que é a medida para os casos mais severos de NEE e que prevê a
adaptação do currículo às características e necessidades de cada aluno,
substituindo as competências definidas para esse nível de ensino.
A medida educativa mais generalizada entre os alunos com NEE em todos os
níveis de ensino estava identificada como sendo o apoio pedagógico
personalizado. Seguia-se-lhe as adequações no processo de avaliação, que visa
adaptar o modo como se avalia o aluno às crianças e jovens com NEE.
Considera-se que um aluno tem Necessidades Educativas Especiais quando
apresenta dificuldades de aprendizagem e participação, devendo ser apoiado por
professores e técnicos da educação especial. Entre as NEE existem as que são
consideradas de caráter temporário, em que se incluem os alunos com problemas
ligeiro de desenvolvimento e/ou aprendizagem. E as permanentes, que integram os
estudantes com deficiência mental, problemas de cegueira e de surdez, entre
outros.
Dificuldades com tarefas diárias
No ensino básico, o principal grupo de dificuldades, que abrangia 52.951
alunos, dizia respeito à utilização da linguagem. Em segundo lugar, com 47.012 alunos,
surgiam os problemas com tarefas diárias (escolares, atividades lúdicas, entre
outras apropriadas à sua faixa etária).
Já no ensino secundário, o principal problema que afetava os alunos com NEE
eram o da mobilidade, o que inclui a utilização de cadeira de rodas ou
canadianas, e que abrangia 9932 alunos. Seguia-se-lhe os problemas de
autonomia, com 8906 afetados, e que incluem entre outros dificuldades na
alimentação e na higiene.
No conjunto dos 78.175 alunos identificados como tendo necessidades
educativas especiais, 46.638 eram rapazes.
Na altura em que estes dados foram divulgados, o presidente da Associação
Nacional de Docentes de Educação Especial, David Rodrigues, alertou para a
possibilidade de se estar a classificar problemas de comportamento como NEE. “É
provável que os rapazes apresentem mais frequentemente comportamentos
desafiantes que acabam por afetar as aprendizagens e sejam por isso
encaminhados para a educação especial”, disse.
In PUBLICO
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