terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Ela tem síndrome de Down e é professora primária

A escola "Right to Live Society", especializada no ensino de crianças com síndrome de Down e autismo, situa-se na conturbada Faixa de Gaza e é um exemplo na luta contra o estigma associado à deficiência. Prova disso é a professora Hiba Al-Sharfa, de 27 anos, que padece de trissomia 21 e é responsável por uma turma de crianças do ensino especial.
"Comecei a frequentar esta organização quando ainda era muito pequena, quando tinha apenas quatro anos. Conseguia ler, escrever, soletrar e entender tudo o que a professora ensinava." 
Colegas confirmam que "Hiba foi capaz de desafiar-se a si mesma e aos estereótipos associados à síndrome de Down", motivo por que teve a honra de tornar-se a primeira professora Faixa de Gaza com essa incapacidade. "Gostaria de me tornar professora, como a professora Hiba", disse à Reuters Mahmoud Abu Sweredh, uma das alunas da docente. 
O papel de Habi é fundamental para os mais de 600 alunos da escola porque demonstra que a incapacidade não se impõe como limitação profissional. O director da escola, Nabeel Haneed, espera que o papel de Habi na escola contribua para uma mudança de paradigma no que concerne a percepção da incapacidade. 
Fonte: P3 do Público

Através de INCLUSO

Sobredotados: "O apoio a estas crianças é uma necessidade a nível nacional"

Desde novembro que 27 crianças de Leiria participam no programa "Investir na capacidade". A partir do próximo ano as sessões vão estender-se aos pais

Como é que nasce este programa em Leiria para apoiar as crianças sobredotadas e respetivas famílias?
Os pais de um aluno procuraram-nos, porque estavam a sentir muitas dificuldades no acompanhamento do filho. Inclusive tinham recorrido à Associação Portuguesa de Crianças Sobredotadas, no Porto. Já existia lá um projeto semelhante a este, tal como em Nelas, com esta estrutura.

Já conhecia esses projetos?

Não, nunca tinha ouvido falar. Já tinha identificado esta necessidade na escola, enquanto docente. Percebi ao longo dos anos que estas crianças não têm qualquer acompanhamento. A escola está muito focada nas necessidades educativas especiais. São crianças desamparadas na resolução dos seus problemas e as famílias sofrem bastante, porque não têm orientação, por parte da escola ou de outros organismos. Quando me apareceram estes pais, e estando agora como vereadora e com capacidade de resolver problemas, falei com a associação. A professora Helena Serra ajudou-nos muito. Contactei com todos os diretores para podermos fazer formação a todos os professores do primeiro ciclo, sendo que, nos que aceitassem entrar no programa, todos os docentes do primeiro ciclo tinham de fazer formação.

Fonte: DN

Sobredotados: "O xadrez e a dança ajudam a entender a sociedade e a escola"

Desajustados, mas com capacidades acima da média. É a realidade de milhares de jovens na escola onde não recebem apoio

Nos olhos azuis de João cabe toda a curiosidade sobre o mundo inteiro e mais além. É um rapaz franzino no seu corpo de 9 anos, que começou a falar pelos cotovelos ainda bebé, como notavam as educadoras e auxiliares da creche. Os pais não tinham mais nenhum filho e por isso o termo de comparação não existia. Achavam tudo normal.

E assim foi, até que entrou no primeiro ano do ensino básico, numa escola de Leiria, e a professora percebeu que alguma coisa o diferenciava dos outros meninos da sala. Não tanto nas aulas (ao princípio), mas sobretudo nos intervalos, em que o mau comportamento recorrente fez crescer recados nas páginas da caderneta. Foi a perspicácia da professora que mudou o rumo da história. "Um dia chamou-me para me dizer que talvez o João tivesse capacidades acima da média, e que se sentisse desajustado nas aulas e na escola, mostrando-o nos intervalos, com outros meninos com quem pouco se identificava. Nunca usou a palavra sobredotado, mas eu e o pai percebemos que era isso que estava a querer dizer", conta (...) Lúcia B, a mãe de João (chamemos-lhe assim), três anos após essa conversa que a fez entrar num mundo que desconhecia: o das crianças sobredotadas e respetivas famílias.
Fonte: DN

Quem não der prioridade leva multa

A nova lei dita que as entidades públicas e privadas são obrigadas a dar prioridade no atendimento a pessoas com deficiência, idosas, grávidas ou com crianças ao colo. A partir desta terça-feira, todas as entidades públicas e privadas, com atendimento ao público, estão obrigadas a darem prioridade a idosos, deficientes, grávidas ou pessoas com crianças de colo.
Até agora a lei restringia-se aos serviços públicos com atendimento presencial na administração central, regional e local. Agora a lei estende-se a todos os serviços públicos e privados com atendimento público. Quem não cumprir atendimento prioritário pode ser punido com coimas entre 50 e 500 euros, se se tratar de uma pessoa singular, ou de 100 a mil euros se for uma pessoa coletiva.

Leia toda a notícia AQUI

sábado, 24 de dezembro de 2016

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

IMPERDÍVEL: Chen Miller, a professora israelita de educação especial...

"Não existem crianças que NÃO...Existem crianças que SIM!" 


Conheçam Chen Miller, a professora israelense de educação especial cujo discurso viralizou nas redes sociais nos últimos dias. 

Até o Ministro da Educação de Israel Naftali Bennett compartilhou o vídeo!

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Docentes de Educação Especial podem ser afastados dos alunos


No seguimento da publicação do relatório de progresso do "Grupo de Trabalho para o desenvolvimento da Escola Inclusiva Despacho n.º 7617, 8 de Junho", o JN noticia dizendo que os docentes de educação especial vão ser afastados dos alunos, passando a exercer funções de conselheiros.

Veja  notícia retirada do Blog DeArLindo. O relatório pode ser acedido aqui.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Mitos sobre a Perturbação de Hiperatividades e Défice de Atenção


No mês em que se assinala a consciencialização da perturbação de hiperactividade e défice de atenção, vamos tentar desmistificar algumas questões. Todos conhecemos um hiperactivo, mas será que sabemos o que isto significa e que implicações tem no seu dia-a-dia?
A perturbação de hiperactividade e défice de atenção (PHDA) é uma perturbação neurocomportamental, ou seja, tem uma base neurológica e manifesta-se em termos comportamentais, atingindo cerca de 5% da população em idade escolar. Caracteriza-se por uma dificuldade acentuada na manutenção da atenção, do autocontrolo ou impulsividade, na gestão da frustração e na capacidade de gestão das funções cerebrais que nos permitem atingir diferentes objectivos, sejam eles a regulação da atenção, capacidade de planeamento, memória de trabalho, organização e/ou gestão de tempo.
A PHDA surge tanto em rapazes como em raparigas, estando a diferença na manifestação dos sintomas. Normalmente, os rapazes são mais agitados do que as raparigas e, como tal, os sintomas de agitação motora, aquando de uma PHDA, são mais marcados e evidentes. Por seu turno, as raparigas apresentam sobretudo sinais de desatenção, sintomas que passam mais facilmente despercebidos, porque não perturbam o outro.
Ao contrário do que pensamos, a hiperactividade não é a característica mais marcante ou que causa maior desajustamento, mas sim a desatenção, que, ao manifestar-se nos diferentes contextos de vida das crianças e jovens, tem um impacto significativo na qualidade de vida dos mesmos. A agitação motora em si não é obrigatoriamente problemática: basta pensarmos que para explorar o mundo todas as crianças têm de se mexer.

Veja AQUI o artigo na íntegra

HOW COLOR BLIND PEOPLE SEE THE WORLD


Hi everyone! Have you ever had an argument with a friend about the color of a particular object? Just imagine that your favorite red jacket suddenly is, according to your crazy friend, a green one! Don’t worry, take a deep breath… probably he’s just simply color blind… or maybe you are color blind? It’s perfectly possible. It turns out that one out of every ten people on earth is color blind, and most of them do not even know it! How is that possible? It is actually quite simply: we cannot even imagine how people with eye disorders experience life. So today we will try to understand how a color blind person sees the world and to explain the causes of color blindness.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

É com ideias e projetos destes que mudamos os comportamentos


Os alunos, na  Escola EB 2/3 da Madalena, foram surpreendidos com uma intervenção nas escadas que utilizam para acesso ao piso superior.

Com esta ação, o Coordenador do Projeto de Educação para a Saúde pretendeu reforçar a ideia das relações saudáveis em contexto escolar.

Esperamos pelos seus frutos!


Parabéns pela ideia e iniciativa!


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

É sempre importante ouvi-las...

O que essas crianças com dificuldades de aprendizagem têm a dizer é realmente importante e algo que todos os adultos precisam ouvir.

Veja o vídeo AQUI

terça-feira, 8 de novembro de 2016

A Tabela Montessori: descubra quais as tarefas que seu filho pode fazer sozinho e em que idade

Todos nós queremos que os nossos filhos se tornem adultos responsáveis e educados. No entanto, a maioria dos pais passa o dia a limpar a bagunça de suas crianças. Se elas não forem ensinadas desde muito cedo a ajudar nas tarefas, dificilmente o farão quando crescerem.
Maria Montessori foi uma das grandes pedagogas do século XX. Ainda hoje muitos pais seguem suas ideias para educar com sucesso as crianças usando a lógica, o bom senso e a calma. Assim, os filhos conseguem desenvolver uma personalidade harmoniosa e equilibrada.
Para conseguir isso, a escola Montessori criou uma tabela de tarefas de acordo com a idade de cada criança.

A maioria são afazeres domésticos. O cumprimento destas tarefas irá ajudar os mais pequenos a desenvolver o seu pragmatismo, habilidades motoras e experiência sensorial, fazendo-os sentir úteis e importantes.
http://blogsupermae.com/

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Vídeo educativo - Autismo

Congresso Internacional Escola Inclusiva

Divulgamos o Congresso Internacional Escola Inclusiva: Educar e Formar para a Vida Independente que decorrerá na Casa das Histórias Paula Rego no dia 3 de Dezembro de 2016.

INSCREVA-SE: 
1 a 20 de Novembro –20,00€
21 de Novembro a 2 de Dezembro – 30,00€


Através do email cercica@cercica.pt enviando os seguintes dados: nome, morada e NIF (para envio de fatura) e comprovativo de transferência bancária.

IBAN: PT50 0035 0734 00004216130 02
A conferência terá tradução bilingue (PT/EN) e língua gestual.

"As mãos não são para bater"- Martine Agassi

As mãos não são para bater, Colecção Crescer a Aprender.
Neste livro, as crianças aprendem, através de uma linguagem muito simples e de um conjunto de ilustrações ternurentas e atrativas, que a violência é sempre um aspecto negativo das nossas vidas. Descobre, ainda, como controlar as suas emoções, especialmente no que diz respeito à raiva e angústia.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Como uma cadela mudou a vida de um menino autista

Gustavo sobreviveu a um parto traumático mas com sequelas graves. É autista e não sorria, nem andava ou falava – até conhecer Luka, uma golden retriever. A mãe, Maria Matos Pereira, conta como tudo mudou
"O Gustavo nasceu inanimado. Eu estava nos cuidados intensivos do Hospital Amadora-Sintra desde a meia-noite de 28 de Agosto 2011 e, quando ele nasceu, às 11h52, não havia ninguém que me fizesse o parto. O meu marido correu pelos corredores à procura de ajuda e só passados 10 minutos apareceu um médico. 

O meu filho, com 3.900 kg de peso, estava entalado e os médicos partiram-no todo para o tirar. Teve um pneumotórax e sofreu várias fracturas - nas costelas, omoplata, clavícula - e lesionou os nervos do plexo braquial. Sofreu uma hemorragia interna que lhe afectou a hipófise [glândula pituitária] e não tem hormona de crescimento, por isso, é muito pequenino. 

Artigo na íntegra AQUI

Se estives presente, fores compreensivo e nunca desistires dele, verás que o "Autista" não é assim tão diferente...


Livro - Pessoas com deficiência em Portugal

Sinopse

A deficiência pode ser perspectivada de formas diversas, cada uma delas com potenciais de emancipação distintos para as pessoas com deficiência. Na sociedade portuguesa a deficiência tem sido reduzida às incapacidades dos corpos e a uma narrativa fatalista de tragédia pessoal. Segundo este modelo de entendimento, as restrições e obstáculos vivenciados pelas pessoas com deficiência resultam directamente das suas supostas limitações funcionais. Tais concepções têm validado a construção da imagem das pessoas com deficiência como sujeitos passivos e dependentes, o silenciamento das suas vozes e alimentado políticas sociais opressoras e excludentes das pessoas com deficiência em Portugal. O presente ensaio pretende abrir uma reflexão sobre esta realidade, de forma a contribuir para um questionamento cultural e sociopolítico dos fenómenos de menorização, opressão, pobreza e exclusão social vivenciados pelas pessoas com deficiência na sociedade portuguesa e para a construção de novos caminhos emancipatórios.
Através Blog OLHARES

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Filme sobre uma menina surda que sonha ser bailarina tem emocionado o mundo

Tamara é uma animação que conta a história de uma menina surda que sonha em ser bailarina.Um sonho que no olhar de muitos parece impossível. O filme é curtinho mas aborda uma questão muito simples e importante: o sujeito surdo é um sujeito em potencial, tudo vai depender das oportunidades e do olhar que lançarmos sobre ele.
O curta foi produzido pelo studio House Boat Animation e dirigido por Jason Marino e Craig Kitzmann.
Assista ao filme:


BY  · 4 OUTUBRO, 2016

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

10 filmes que abordam a inclusão de pessoas com deficiência

Para garantir a efetiva inclusão de crianças e adultos, é necessário que as deficiências sejam lidas em um contexto de diversidade, assumindo que todos temos perfis e necessidades específicas e aprendemos cada um a nossa maneira.
Para contribuir com essa reflexão, o Centro de Referências em Educação Integral selecionou filmes que têm como tema a inclusão de pessoas com diferentes tipos de deficiência. As obras podem ser um excelente disparador para debater, em sala de aula e também em família, a necessidade da construção de uma sociedade inclusiva.
Veja AQUI aqueles que tem classificação livre e podem ser vistos pelas crianças.                                                                                                   In catraquinha

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Afonso, Alexandre e João são “meninos especiais” com histórias em papel

Cada livro da colecção “Meninos Especiais” conta a história de uma criança com necessidades especiais. O Afonso tem um atraso global de desenvolvimento. O Alexandre tem síndrome de X frágil. O João ainda não tem diagnóstico. Escritores e ilustradores foram desafiados a conhecer estes meninos e a entrar nos seus mundos reais.
AQUI                                In PUBLICO

Autoestima


Esse pai sabe exatamente como ajudar sua filha a ter um ótimo dia! <3 <3 <3

Veja o vídeo!

terça-feira, 25 de outubro de 2016

A PIRÂMIDE DE APRENDIZAGEM DE WILLIAM GLASSER

Você sabia que quando ensinamos, é quando mais aprendemos? Conheça a pirâmide de aprendizagem de William Glasser.

O psiquiatra americano William Glasser (1925-2013) aplicou sua teoria da escolha para a educação. De acordo com esta teoria, o professor é um guia para o aluno e não um chefe .
Glasser explica que não se deve trabalhar apenas com memorização, porque a maioria dos alunos simplesmente esquecem os conceitos após a aula. Em vez disso, o psiquiatra sugere que os alunos aprendem efetivamente com você,  fazendo .
Além disso, Glasser também explica o grau de aprendizagem de acordo com a técnica utilizada.
Esta é a pirâmide de aprendizagem:

Segundo a teoria nós aprendemos:
  • 10% quando lemos;
  • 20% quando ouvimos;
  • 30% quando observamos;
  • 50% quando vemos e ouvimos;
  • 70% quando discutimos com outros;
  • 80% quando fazemos;
  • 95% quando ensinamos aos outros.
A teoria de William Glasser vem amplamente sendo divulgada e aplicada pro professores e pedagogos mundo afora, é uma das muitas teorias de educação existentes, e uma das mais interessantes, pois ela demonstra que ensinar, é aprender!
“A boa educação é aquela em que o professor pede para que seus alunos pensem e se dediquem a promover um diálogo para promover a compreensão e o crescimento dos estudantes (William Glasser)
Fonte: http://professoracoruja.com.br/

Autismo: o João é escritor, mas deseja ser médico



O João é autista. Nunca falou, em 19 anos de vida, mas escreve. E bem, segundo a Porto Editora, que editou o seu livro “O Menino de Deus”, que valeu um prefácio de Valter Hugo Mãe. "O João não fala. O João não anda na escola. O João não lê. O João não vê televisão e nunca usou um computador, tablet ou telefone. Mas desde pequeno que começou a escrever em português e noutras línguas. Escreve sobre tudo o que acontece na actualidade, fazendo dissertações sobre o futuro da humanidade, educação, política, relações afectivas e espiritualidade. Ele escreve como se tivesse acesso à informação de uma forma que desconhecemos." É assim que a autora do projecto "Dá-me a Minha Voz", Sara Correia, descreve o João, cujo autismo foi diagnosticado quando tinha apenas dois anos. Actualmente, o sonho de João é libertar-se das suas limitações físicas e tornar-se médico holístico. O autismo é um disturbio neurológico que afecta um número crescente de pessoas em todo o mundo. "Compreender o autismo é um desafio que nos obriga a evoluir como seres humanos. Acredito que estas crianças têm dentro delas uma inteligência universal, demasiado grande para caber neste mundo, mas que se impõe para que se renove a esperança num futuro melhor. É preciso entender que a transformação que os autistas estão a provocar nos outros leva a uma evolução que precisa de acontecer nas pessoas, no mundo. O João e todos os outros autistas com quem tenho tido o privilégio de me cruzar, ensinaram-me isto." A exposição do projecto de Sara Correia inaugurou a 19 de Outubro, no Maus Hábitos - Espaço de Intervenção Cultural, no Porto.
In P3.PUBLICO.PT

Fica o livro "O menino de Deus" para quem ainda não conhece:


Veja AQUI a sinopse

domingo, 23 de outubro de 2016

Ensino especial vai ter planos individuais e mais tempo em sala

Escola pública conta com cerca de 70 mil alunos com necessidades educativas especiais.

O Ministério da Educação vai criar novas regras para o ensino especial que passam, por exemplo, por criar planos específicos para estes alunos quando as abordagens tradicionais falham ou obrigar as escolas a incluí-los mais tempo nas salas de aula com os restantes colegas. A chamada "escola inclusiva 2.0" é uma reforma ao decreto-lei 3/2008, que regula a educação especial desde há quase uma década, e tem como objetivo garantir uma "escola em que as crianças não estão apenas integradas, mas incluídas em sala de aula, em ambiente de aprendizagem com os colegas, sem desinvestimentos nos apoios necessários", adiantou ao DN o secretário de Estado da Educação, João Costa.

Na prática, explica Luísa Ucha, coordenadora do grupo de trabalho que deverá em novembro fazer chegar ao governo as propostas de alteração legislativa, o objetivo é criar abordagens "que permitam a cada aluno atingir o seu potencial". Isso passa por "centrar na escola" e na sala de aula o trabalho com os alunos, num trabalho "multidisciplinar, envolvendo família, professores e técnicos", que permita, por exemplo, "caso as abordagens convencionais não resultem, elaborar planos específicos para cada aluno". Passa também pela redução do tempo passado por alunos com necessidades educativas especiais nas chamadas "unidades especializadas", que foram criadas para facilitar a integração destes estudantes no ensino regular. Novidades que surgem numa semana em que o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil - CADin debateu problemas de desenvolvimento como o espetro do autismo e a hiperatividade e défice de atenção, numa conferência que termina hoje em Lisboa, no ISCTE (ver texto ao lado).

Numa altura em que cerca de 70 mil alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) estão integrados nas escolas regulares, sendo já residual o número de estudantes em escolas especiais, o peso dado por muitas escolas a estas unidades tem sido motivo de críticas. Por exemplo, num relatório sobre Portugal divulgado em abril, o Comité da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência contestou o tempo excessivo que muitos estudantes passam nestes espaços, separados dos colegas.

O governo já deu um sinal a este respeito, exigindo que os alunos com NEE passem pelo menos 60% do seu tempo letivo integrados na sala de aula para que as escolas possam beneficiar da redução do número de alunos por turma. E preveem-se mais novidades para estes serviços especializados nas diferentes deficiências. "Estas unidades foram muito importantes na altura em que trouxemos os alunos todos para as escolas, porque a escola precisa de recursos", diz Luísa Ucha, ressalvando não "estar em causa" a continuidade destas estruturas. "Mas agora há uma evolução, que resulta do conhecimento do tipo de trabalho, da análise crítica que as pessoas fazem do que a criança aprende dentro e fora da unidade", explica. Não quer dizer que dentro da escola não se possam dar apoios e respostas mais individualizados", ressalva. "Agora, passar o dia dentro da unidade não é boa resposta".

Ao DN, o Ministério da Educação garante também que "nunca" esteve em cima da mesa a extinção destes serviços. Mas admite que está em discussão "a necessidade de existirem respostas mais flexíveis do que a simples colocação de alunos nas unidades de apoio especializadas, melhorando o leque de respostas inclusivas. Estas unidades devem ser consideradas como centros de recursos para promover competências e aprendizagens numa perspetiva de inclusão e não uma alternativa a essa inclusão". David Rodrigues, presidente da pró-inclusão - Associação de Professores de Educação Especial, concorda que este tem sido um obstáculo à real inclusão dos alunos: "Há unidades que realmente funcionam como sendo unidades de inclusão, no sentido de que proporcionam aos alunos oportunidades de inclusão e outras que não funcionam. Tornam-se um pouco guetos dentro das escolas", diz.

As alterações ao decreto 3/2008 não se esgotam nestes temas. Luísa Ucha explica que as propostas ainda não estão fechadas, mas já estão definidas "à partida" algumas prioridades, integradas no objetivo de procurar respostas "individualizadas" eficientes para todos os alunos: "Não queremos dar muito enfoque à deficiência ou à Necessidade Educativa Especial mas a outra coisa: às medidas de apoio à aprendizagem que permitam que determinado estudante aprenda. O objetivo da escola é ensinar". Medidas comuns a todos os alunos, como a anunciada flexibilização dos currículos, também são encaradas como essenciais.
In DN, 23-10-2016