sexta-feira, 5 de maio de 2017

Por que arriscam os jovens as suas vidas no jogo Baleia Azul?

Especialistas alertam os pais para estarem atentos aos comportamentos dos filhos e para dialogarem, mas sem proibir o acesso à Internet.
Foi há uma semana que Bárbara Ramos Dias, psicóloga em Oeiras, recebeu o primeiro alerta para o jogo Baleia Azul. Um adolescente ligou-lhe porque não sabia o que havia de fazer. Se não jogasse matar-lhe-iam os pais, disse. A psicóloga descansou-o. Já esta semana, outro jovem contactou-a por causa do mesmo jogo e da mesma ameaça.

A Baleia Azul tem cerca de meia centena de instruções – Tito de Morais, do projecto Miudos Seguros na Net, recusa-se a chamar-lhe “desafios” porque são “coisas terríveis” – que induzem quem adere ao jogo a praticar actos de automutilação. O fim último é o suicídio. Este jogo terá começado na Rússia e já se espalhou pelo mundo, tendo chegado agora a Portugal com o primeiro caso de uma jovem no Algarve que se atirou de um viaduto.
Quem são os jovens que aderem? Para Bárbara Ramos Dias, que trabalha com adolescentes e faz consultas através do skype, são apenas miúdos que “acreditam naquelas ameaças, têm medo que façam mal aos pais e, por isso, fazem tudo o que o jogo manda”.
Margarida Gaspar de Matos, especialista em saúde pública e responsável pelo estudo Health Behaviour in School-Aged Children, da Organização Mundial de Saúde, lembra que faz parte da adolescência querer arriscar e testar os limites, mas também aderirão os jovens mais “desorganizados e com menos perspectivas de futuro”.
Rosário Carmona e Costa, psicóloga especialista em adição à Internet, cyberbullying e psicologia da web, que publicou recentemente o livro iAgora? sobre as dependências das crianças e adolescentes dos ecrãs, é da mesma opinião e lembra as corridas de alta velocidade na ponte Vasco da Gama como um dos comportamentos de risco e de tentativa de testar limites. “Esta é a versão electrónica do experimentar álcool ou drogas pesadas, ou outras coisas em que arriscamos e testamos os limites”, acrescenta Margarida Gaspar de Matos.
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