Cada ser humano é único porque Deus o amou desde a eternidade.
A diversidade não é sinónimo de perigo, a diversidade é sinal de singularidade, e cada ser humano é único, porque Deus quis e quer assim.
Quem testemunha isso é Alice Ann e o seu filho Jameson. O menino nasceu em janeiro de 2012 com craniossinostose: uma má formação na estrutura do crânio que determina um desenvolvimento anómalo do cérebro e pode causar deformação craniana e retardamento mental. O mundo considera-o um menino diferente dos outros, uma pessoa deficiente, mas Alice Ann não se convenceu e decidiu deixar uma mensagem, seja para o seu filho, ou para todas as crianças do mundo que são vítimas de bullying e de discriminação por causa de alguma deficiência.
Eis a carta que a mãe de Jameson publicou no blog de Alice Ann:
Recentemente fizemos alguns encontros que me inspiraram a escrever este post, algo que espero que todos leiam. É uma mensagem que não dou apenas para Jameson, mas a todas as crianças que são provocadas e zombadas por causa de suas diferenças, além de que tenho certeza que os pais delas se sentirão como eu.
Gostaria de iniciar dizendo que eu não tenho nada contra essas crianças ou contra os pais delas. Entendo que possa ser extremamente embaraçoso quando os filhos de vocês são zombados por uma outra criança. Mas espero que na próxima vez que isto acontecer os pais possam fazer algo a mais. Porque mesmo se não me ofendo, seria uma mentirosa se dissesse que não me faz mal. Faz mal ver meu filho sendo zombado, sabendo que isto fará parte do seu mundo pelo resto da vida.
Não aconteceu nada que não tivesse já acontecido para que eu quisesse escrever este post, além do que sei que acontecerá novamente.
Recentemente nos mudamos para uma nova cidade. Na segunda semana que chegamos abriram as portas da escola para visitarmos e encontrar os professores. Todos nos reunimos em uma mesa para escutar o discurso de abertura e de boas-vindas. Enquanto estávamos caminhando para a mesa, vimos um menino que apontava para o Jameson, cutucando sua mãe e dizendo que ele era engraçado. Não demos peso para a situação e continuamos a caminhar procurando um lugar para sentar. Um pouco depois duas crianças com suas mães se sentaram diante de nós. Uma menina que nos olhava se voltou para a mãe e disse: “Ele tem uma cara assustadora”, e apontava para Jameson. Sua mãe disse que não era bonito dizer aquilo.
Fim de semana passado, quando estava numa loja com meus dois filhos, uma mãe e seu filho estavam caminhando em nossa direção. Vi o olhar do menino e sorri para ele. Ele começou a rir e disse para sua mãe: “Olha, mãe, que menino engraçado”. Eu olhei para a mãe, e ela não conseguiu dizer nem mesmo uma palavra, permaneceu ali boquiaberta.
Como mãe, me encontrei em situações nas quais meu filho fez ou disse algo inadequado, ou seja, compreendo o embaraço. Entendo também que estas crianças não têm culpa. Ensinamo-lhes desde o nascimento a identificar as coisas diferentes do grupo. É bom notar as diferenças. Eis como identificamos uma coisa da outra. Ensinamos aquilo que é para ensinar e aquilo que não é. Podemos identificar e escolher o certo, o que se adapta melhor, mas não podemos fazer a mesma coisa com as pessoas, com as crianças.
Como mãe de uma criança que tem um aspecto diferente, este é meu apelo:
Se você é pai ou mãe, e seu filho diz a outra criança que ela parece ridícula ou assustadora, você não pode dizer apenas “isso não é algo bonito de se dizer”. Embora tenha razão, não é bonito, mas simplesmente dizendo isso acaba isolando meu filho. Da próxima vez, após aquela afirmação, diga também: “tenho certeza que ele é um menino muito bonito, vamos ao encontro dele”. Por favor, venha, se apresente e pergunte o nome do meu filho. Asseguro que não morde! Meu filho é como o seu, pode ser doce, amável, se irritar e ficar com raiva. Asseguro-lhes, sou como vocês, sou uma mãe e estou aprendendo isto com ele.
Se o filho de vocês é curioso e não diz nada, mas repara que ele é diferente; por favor, se apresentem a nós, perguntem os nossos nomes! Incluam meu filho no mundo de vocês. Prometo que não dá medo, é somente uma criança.
A todos os pais de crianças lá fora e que já fazem isso, e para aqueles que fizerem algo para iluminar o dia de Jameson: obrigada. Do fundo do meu coração, obrigada.
Posso honestamente dizer que lembro de cada encontro onde um desconhecido fez um esforço consciente para conhecer Jameson e para incluí-lo no próprio mundo. O meu filho de seis anos me surpreende quando o escuto contar uma lembrança de quando tinha três anos, ou seja, tenho certeza que também Jameson se lembra.
Fonte: Aleteia
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