Este é o resumo de algumas estratégias que o podem ajudar a lidar com o seu filho/aluno com sintomas de hiperactividade/hipoactividade, impulsividade e défice de atenção. Leia e aplique se lhe fizer sentido mas acima de tudo, não se esqueça que a distractibilidade tem uma origem emocional e que a criança precisa da sua ajuda e compreensão para integrar os seus “demónios” internos e poder aprender a adequar o seu comportamento.
O nosso comportamento é sempre o reflexo do nosso estado de alma.
ESTRATÉGIAS PARA OS PAIS
- Estabelecer prioridadesTendo em conta o acréscimo de problemas apresentados por uma criança com PHDA, muitas vezes os pais tentam resolver todos os problemas de uma vez só, o que geralmente é pouco eficaz e acaba por ser mais negativo do que positivo. O descontentamento crescente por parte dos pais acaba por provocar um aumento da frustração na criança e consequentemente problemas ao nível da sua auto-estima e auto-imagem.
- Pensar antes de agirO comportamento hiperactivo/impulsivo das crianças faz com que muitas vezes os pais reajam também de forma rápida e impulsiva sem pensar nas consequências dos seus actos. É importante que os pais não se esqueçam que eles são o modelo de identificação dos seus filhos e quanto mais calma e tranquilidade transmitirem no seu comportamento, mais expectável será obter isso dos seus filhos. Quanto mais pensar nas alternativas que tem para diminuir um determinado comportamento por parte do seu filho, mais hipóteses tem de que prevaleça em si o bom senso, necessário à situação. Por exemplo quando uma criança não consegue ficar quieta na mesa e está sempre a mexer em tudo à sua volta, provavelmente a atitude mais eficaz será reduzir ao mínimo os estímulos à volta da criança, para que esta se possa concentrar apenas nos que são necessários à tarefa que está a realizar.
- Usar o reforço positivo antes da puniçãoÉ sabido que crianças com PHDA precisam mais de reforço positivo que as outras crianças, para que os comportamentos esperados/desejados aconteçam. É importante que os pais se foquem mais em elogiar os filhos quando eles conseguem comportar-se da forma considerada correcta, do que em depreciar quando não o fazem. Isto não significa que os pais devam deixar em branco as asneiras e as faltas de comportamento dos seus filhos, mas sim, uma inversão na forma como o demonstram e verbalizam. Por exemplo em vez de verbalizarem à criança que ela não foi capaz, que se porta mal…. Verbalizar que com certeza ela vai ser capaz de fazer o que é expectável para a situação e elogiar sempre que consiga fazer.
- Ser perseverante nas estratégiasÉ fundamental para estas crianças que o ambiente seja previsível e constante, com uma rotina diária perfeitamente definida e estruturada. Ambos os pais devem estar de acordo relativamente à estratégia definida e todas as alterações na rotina diária devem ser previamente conversados com a criança.
- Antecipar os problemasAntecipar o comportamento dos filhos numa determinada situação, como por exemplo o horário de estudo, permite que os pais possam conversar/negociar com o filho, incentivando inclusive a sua participação na definição de estratégias a serem implementadas, com vista à adequação do comportamento.
- Frequência de uma actividade física regularA actividade física é fundamental para todas as crianças e mais ainda para crianças com esta perturbação. É uma forma de gastarem energia, relacionarem-se com os parceiros e trabalharem regras e limites.
- Horários de estudoO tempo de estudo deve ser curto e intercalado por períodos livres, dada a dificuldade que apresentam na atenção sustentada (manter a atenção por um período longo de tempo sobretudo se a actividade não for motivante para a criança em questão).
O ambiente de estudo deve ser o mais sossegado possível e com o mínimo de estímulos externos que possam desviar a atenção da criança, para que ela possa manter a sua atenção focalizada na tarefa que esta a realizar.
ESTRATÉGIAS PARA PROFESSORES
- Planeamento e organização das actividadesÉ importante que o professor mantenha o esquema de trabalho o mais constante e previsível possível. O ambiente deve ser favorável a que a criança estruture externamente o que não consegue estruturar internamente. Planeie previamente as actividade e previna a criança das transições ou mudanças no esquema de trabalho. Um mapa de actividades afixado na parede da sala de aula é uma boa estratégia e os professores podem começar o dia por fazer referência ao cronograma afixado, relembrando as tarefas/actividades do dia.
- Aumentar a atenção sustentadaPromova estratégias de ensino participativo, nomeadamente através de jogos e tente intercalar actividades mais desinteressantes com actividades mais interessantes para os alunos.Dividir as tarefas grandes em várias tarefas pequenas (incluindo testes) e intercalar com períodos livres e estabelecer estratégias de recompensas. Utilizar outros recursos de ensino que não somente a voz. A aprendizagem através de recursos visuais é facilitada e as cores ajudam a manter a atenção. Esquematizar os conteúdos da aula, não apenas no início da aula como ferramenta de apoio ao planeamento como durante a própria aula, o que ajuda a estruturar e integrar as aprendizagens. Estimule as crianças a lerem em voz alta, o que ajuda à manutenção da atenção.
- Focalizar a atençãoDada a dificuldade que estas crianças têm em focalizar a sua atenção numa única tarefa é importante que estejam sentadas junto do professor, longe de janelas, com o mínimo de estímulos externos, quer na própria carteira, quer na sala de aula e evitar os trabalhos em grupos grandes. Por vezes o próprio estojo em cima da carteira é motivo de distracção, reduza o material ao mínimo necessário.
- Reduzir o comportamento hiperactivo/impulsivoManter sempre o reforço positivo relativamente ao comportamento esperado, explicar o que espera que seja o comportamento da criança em cada situação e evitar estratégias punitivas que agravam a sua auto-estima. Qualquer estratégia punitiva que seja necessária, deverá ser imediata e devidamente explicada, para que a criança possa estabelecer a conexão causa-efeito.
Por Ana Galhardo Simões, Psicoterapeuta Corporal
para Up To Lisbon Kids®
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