segunda-feira, 29 de junho de 2015

"Mal Entendidos", Nuno Lobo Antunes

Antunes, N.L. (2009) “Mal-entendidos - Da Hiperactividade à Síndrome de Asperger, da Dislexia às Perturbações do Sono. As respostas que procura. ”Ed: Verso de Kapa

"Recentemente deparei-me com o novo livro do Prof. Dr. Nuno Lobo Antunes, que aborda as Perturbações do Desenvolvimento Infantil, “Mal-entendidos - Da Hiperactividade à Síndrome de Asperger, da Dislexia às Perturbações do Sono”. O título, só por si sugestivo, levantou-me alguma curiosidade, mas a reputação do autor fez o resto.

O Prof. Dr. Nuno Lobo Antunes é Neurocirurgião de créditos reconhecidos e descreve-nos, no seu livro, casos verídicos de crianças/jovens, com um desenvolvimento atípico, cujos comportamentos durante muito tempo foram encarados como inexplicáveis. O autor procura esclarecer e dar resposta às inúmeras dúvidas que se apoderam de quem trabalha/intervém directa ou indirectamente com estas crianças/jovens.
Ao lê-lo, vemo-nos envolvidos por um misto de sentimento e razão, mas sempre abordado de forma correcta do ponto de vista científico, junta-se a este facto a autenticidade e a emotividade dos casos relatados.

Como é afirmado no livro “devem existir em Portugal cerca de cem mil crianças com perturbações de desenvolvimento” (p.16), daí ser imprescindível tanto a divulgação, deste facto, como a tomada de atitude perante o mesmo. É fundamental que os diagnósticos sejam precisos (ou o mais possível), que a intervenção seja o mais precoce e coerente possível e acima de tudo que exista uma grande interacção entre todos os meios/agentes envolvidos, para que não aconteçam perdas/danos para a criança.

Este é um livro que desmistifica de forma “simples” alguns “mal-entendidos” bem visíveis na nossa sociedade. As crianças de que o Prof. Dr. Nuno Lobo Antunes nos fala são “crianças…iguais a todas as outras. São novelos de fios de várias cores. Se só virem uma, é bom que olhem outra vez” (p.237). É fundamental haver uma maior intervenção/inclusão da sociedade civil, para que dessa forma possamos falar de uma verdadeira integração destas crianças/jovens.

É certo que “Por vezes o Capuchinho Vermelho perde-se no bosque e não há beijo que resgate a Bela Adormecida”, mas compete-nos a nós, agentes intervenientes no processo de desenvolvimento de crianças/jovens, lutar para que existam “histórias que tenham um final feliz”. “E não deixem o Espelho Mágico dizer a nenhuma criança que há alguém mais belo que ela”( Sinopse ).

Estamos perante um livro cativante, repleto de informação e dotado de um carácter humano de louvar.

Por: Nelson Santos

Publicado nos Cadernos de Educação de Infância, n.º 90

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