Antunes, N.L.
(2009) “Mal-entendidos - Da Hiperactividade à Síndrome de Asperger, da Dislexia
às Perturbações do Sono. As respostas que procura. ”Ed: Verso de Kapa
"Recentemente
deparei-me com o novo livro do Prof. Dr. Nuno Lobo Antunes, que aborda as Perturbações
do Desenvolvimento Infantil, “Mal-entendidos - Da Hiperactividade à Síndrome de
Asperger, da Dislexia às Perturbações do Sono”. O título, só por si sugestivo,
levantou-me alguma curiosidade, mas a reputação do autor fez o resto.
O Prof. Dr. Nuno
Lobo Antunes é Neurocirurgião de créditos reconhecidos e descreve-nos, no seu
livro, casos verídicos de crianças/jovens, com um desenvolvimento atípico,
cujos comportamentos durante muito tempo foram encarados como inexplicáveis. O
autor procura esclarecer e dar resposta às inúmeras dúvidas que se apoderam de
quem trabalha/intervém directa ou indirectamente com estas crianças/jovens.
Ao lê-lo, vemo-nos
envolvidos por um misto de sentimento e razão, mas sempre abordado de forma
correcta do ponto de vista científico, junta-se a este facto a autenticidade e
a emotividade dos casos relatados.
Como é afirmado no
livro “devem existir em Portugal cerca de cem mil crianças com perturbações de
desenvolvimento” (p.16), daí ser imprescindível tanto a divulgação, deste
facto, como a tomada de atitude perante o mesmo. É fundamental que os
diagnósticos sejam precisos (ou o mais possível), que a intervenção seja o mais
precoce e coerente possível e acima de tudo que exista uma grande interacção
entre todos os meios/agentes envolvidos, para que não aconteçam perdas/danos
para a criança.
Este é um livro que
desmistifica de forma “simples” alguns “mal-entendidos” bem visíveis na nossa
sociedade. As crianças de que o Prof. Dr. Nuno Lobo Antunes nos fala são
“crianças…iguais a todas as outras. São novelos de fios de várias cores. Se só
virem uma, é bom que olhem outra vez” (p.237). É fundamental haver uma maior
intervenção/inclusão da sociedade civil, para que dessa forma possamos falar de
uma verdadeira integração destas crianças/jovens.
É certo que “Por
vezes o Capuchinho Vermelho perde-se no bosque e não há beijo que resgate a
Bela Adormecida”, mas compete-nos a nós, agentes intervenientes no processo de
desenvolvimento de crianças/jovens, lutar para que existam “histórias que
tenham um final feliz”. “E não deixem o Espelho Mágico dizer a nenhuma criança
que há alguém mais belo que ela”( Sinopse ).
Estamos perante um
livro cativante, repleto de informação e dotado de um carácter humano de
louvar.
Por: Nelson Santos
Publicado nos
Cadernos de Educação de Infância, n.º 90
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