sexta-feira, 31 de julho de 2015

As Cores das Flores

Uma criança cega precisa escrever uma redação sobre as cores das flores. 
O vídeo mostra o desafio do menino para conseguir cumprir a tarefa. 
A tradução para o português foi feita para o blog "Assim como Você", de Jairo Marques.

“As flores são de cor passarinho. E há muitas cores de flores. Por isso há tantos passarinhos, porque há um passarinho para que cada flor tenha a sua cor. Também há flores de cor abelha, vaquinha do campo…”.


Através de: Blog A mãe de Maria

quinta-feira, 30 de julho de 2015

A ESTRUTURAÇÃO DO TEACCH PARA O ATENDIMENTO DE ALUNOS COM PERTURBAÇÃO DO ESPECTRO DO AUTISMO

TEACCH é a sigla adotada por um projeto de saúde pública e disponível na Carolina do Norte, EUA, que oferece serviços voltados para pessoas com autismo e outros transtornos do espectro do autismo e suas famílias.

O TEACCH (treatmet and education fo autistic and comunication hanidicapped children), é uma abordagem psicolinguística que tem como objetivo facilitar a aprendizagem através de recursos pedagógicos em um espaço cultural coeso e com o uso de comunicação alternativa e ensino estruturado,
Por tratar-se de um projeto abrangente, com uma abordagem suficientemente flexível para ser adaptável, desde a década de 80 o TEACCH tem sido tomado como referência em diversos países do mundo, inclusive aqui no Brasil, embora sua única implementação completa continue sendo na Carolina do Norte.
O TEACCH tem historicamente seu nome ligado à abordagem do autismo como um transtorno do desenvolvimento, à educação como estratégia de tratamento, a inserção das pessoas com autismo na família e na comunidade, ao movimento das associações de pais, à colaboração entre pais e profissionais se tornando, desta forma, a mais potente fonte para o tratamento, à pesquisa e à sensibilização da comunidade.
O método procura facilitar a aprendizagem das pessoas com autismo trabalhando a linguagem, habilidades, comportamento e comunicação.
Sendo assim, o TEACCH trabalha com recursos visuais do ambiente como objetos, fotografias, imagens, pictogramas, palavras ou qualquer outra forma de sinalização associando, esta sinalização do ambiente, ao estabelecimento de rotinas.
Desta forma, o ensino é estruturado da seguinte forma:

  •  área de trabalho individualizado: procura o desenvolvimento de novas aprendizagens e desenvolve a atenção e concentração pois coloca a criança de frente para o adulto e de costas para a distração;
  •  área de trabalho individual autônomo: o uso de gabinetes de trabalho reduzem os estímulos distratores e ajuda a focalizar a atenção nos aspectos importantes da tarefa. O plano de trabalho indica a criança a sequência a ser realizada através de tarefas organizadas em caixas individuais;
  •  área do computador: usada para consolidar as aprendizagens que podem minimizar as dificuldades de escrita;
  •  área de brincar: onde a criança aprende a brincar, sendo um espaço de relaxamento e prazer, onde a criança pode escolher as brincadeira, brincar com um par e aprender a imitar;
  •  área de trabalho em grupo: preocupada em promover a interação social que estimula as trocas entre os pares e diversifica as atividades;
  •  área de reuniões: zona de exploração de objetos, sons, imagens e gestos que desenvolve as competências ao nível das noções espaço-temporais, autonomia e compreensão de ordens verbais.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

O Som das Cores

O Som das Cores, de Paula Teixeira
Edição/reimpressão:2012
Editor: Plátano Editora


Sinopse
O Som das Cores é a primeira história desta coleção, e é ela própria um hino à inclusão. Um livro onde os personagens das ilustrações fazem língua gestual portuguesa (LGP) e contém os abecedários em LPG e em Braile, para as crianças aprenderem a falar com as mãos e a escrever picotando numa língua diferente. Inclui ainda um DVD lúdico-pedagógico, com o videoclip da música original feita a partir da história. O DVD é também audiolivro, pois a história é contada em LGP e sonorizada. Aqui os surdos veem. Os cegos ouvem.

Veja, também, a apresentação do projeto emvídeo:

Brinquedos divertidos feitos com materiais que iriam parar no lixo

A reciclagem é algo capaz de transformar o planeta. Materiais que normalmente são vistos como inúteis podem ganhar uma nova funcionalidade nas mãos de pessoas criativas.
Para as crianças, é possível gerar inúmeros tipos de brinquedos de forma interessante e divertida!
Opções variadas prometem fazer a alegria dos pequenos, independentemente da idade.
Abaixo é possível encontrar alguns brinquedos divertidos feitos com materiais que iriam para o lixo. Confira e se inspire para criar os seus próprios!




A Magia de Se Pôr em Primeiro Lugar

Nós trabalhamos com uma variedade tão grande de gente – mães e pais, tios e tias, avós e avós, irmãos e irmãs… de toda a parte do mundo – de perto e de longe, ricos e pobres, pais solteiros e famílias imensas… todos os dias me espantam as situações incrivelmente singulares que as famílias vivem. Cada família é tão diferente – com tantas crenças, pensamentos e perspetivas diferentes. O mundo é um caleidoscópio de uma variedade inspiradora.

E contudo, não obstante a singularidade de cada um de nós – eu continuo a ver um tema comum a todos os contextos culturais – parece que todos nos esquecemos de que tomar conta de nós próprios é tão importante como tomarmos conta dos nossos filhos.

A minha perspetiva especial sobre a vida é de que nós nunca nos esquecemos acidentalmente de nada – acredito que nos esquecemos sempre de propósito. O que tenho notado é que cada pai escolhe pôr o seu filho em primeiro lugar, a tal ponto quetem que se esquecer dele próprio – simplesmente não há espaço para os dois. A crença subjacente parece ser a seguinte: “Se eu tenho tempo para descansar e tomar conta de mim mesmo, então devia estar a passar esse tempo a tomar conta do meu filho”. É como se nós nunca fossemos suficientes a não ser que tomássemos conta de alguém sempre que temos oportunidade para isso. Se tomar conta dos outros 24/7 faz com que se sinta realmente bem – ótimo! O único desafio que esta crença apresenta é que tende a levar à exaustão – chegarmos a um ponto no qual já não conseguimos tomar conta de ninguém.

É hora de tirar um momento para si próprio. É hora de reconhecer que a sua ação para com os outros é melhor quando primeiro cuidou do seu próprio corpo e do seu próprio espírito. Busque na sua memória por coisas de que costumava fazer exclusivamente para si próprio – e faça algo somente para si. Vá dar um passeio – pare e cheire as flores – faça yoga – leia um livro – pinte as unhas dos pés – veja um jogo de futebol – faça uma receita nova – sente-se em silêncio – tome uma chávena de chá com um amigo… O que quer que o inspire a sentir paz interior, dê a si mesmo autorização para tirar esse tempo só para si.

Verá que é como magia: quando regressa dos seus 30-minutos só para si, o seu filho responderá de uma forma totalmente nova. Começará a ver que os seus 30-minutos-longe-de-tudo na verdade são 30-minutos-para-apoiar-toda-a-família. Quanto mais tomar conta de si próprio, mais será capaz de tomar conta do seu filho.

Desejo-lhe um dia mágico! 

Da Carolina (Autism Treatment Center of America)

Fonte: Vencer Autismo by Marta Costa, in Índigo Sunrise

terça-feira, 28 de julho de 2015

(In) Tolerância - Curta-Metragem animado por Ivan Ramadan

Uma reflexão de vida, muita força de vontade, mas no final a intolerância coloca em conflito as pessoas.

Boas Férias


Mãe de criança deficiente cria blogue para tentar ensinar o valor da inclusão

Uma mãe com uma filha deficiente criou um blogue onde, pela partilha do dia-a-dia da criança, tenta passar o valor da inclusão a uma sociedade que não foi ensinada para a diferença.
Pelo caminho, Ana Rebelo, autora do blogue e mãe da Maria, quer também criar o Dia da Inclusão, um sonho que pretende ser o colmatar de uma lacuna nacional e europeia, já que existe apenas o Dia da Pessoa com Deficiência, com "um lado de tristeza", em vez de se criar "uma ótima energia positiva, que é a inclusão".
O blogue chama-se "A mãe da Maria" (http://www.amaedamaria.com/) porque é assim que esta mãe é conhecida, apelidada desta forma desde há 15 anos, depois do nascimento da filha mais velha, que nasceu com uma cromossomopatia rara, única no mundo, e a quem os médicos deram 48 horas de vida quando nasceu.
Segundo explicou à Lusa Ana Rebelo, a ideia de criar um projeto pensado e direcionado para as crianças com deficiência já tem alguns anos, mas só recentemente conseguiu ganhar forma, depois de algumas conversas com uma amiga que também tem um filho com deficiência e que percebeu que isso era um entrave para as empresas às quais se candidatava a um emprego.
"Aí acho que espoletou completamente e pensei que estava na hora de fazer alguma coisa porque as pessoas têm um desconhecimento completo desta realidade, da realidade das famílias com crianças deficientes", adiantou.
Para Ana Rebelo, esta dificuldade na integração das crianças com deficiência resume-se a um facto: "Nós não fomos ensinados para esta realidade da diferença, não fomos ensinados a incluir".
Contou que foi mãe da Maria com 25 anos e que nessa altura sentiu revolta pelo facto de as pessoas não perceberem e não aceitarem uma realidade "tão simples".
"Nós não sabemos porque não fomos ensinados e a ideia da criação do blogue é porque a Maria é um caso de inspiração, é um caso de sucesso de inclusão, é uma criança híper, mega divertida, muito carinhosa e costumo arriscar dizer que, dos meus três filhos, é a mais feliz porque está sempre feliz, para ela não há problemas", adiantou.
Da felicidade da Maria e da sua determinação em superar dificuldades, surge então o blogue, ativo desde 17 de junho, como forma de comunicar o valor da inclusão, tendo por inspiração o dia-a-dia da Maria, contando como é que ela vive, quem são os seus amigos, colegas, a escola que frequenta.
"Para puxar o tema da inclusão social para a ordem do dia, mas desmistificar completamente porque eu acho que uma criança deficiente em Portugal é considerada doente e não é", justificou Ana Rebelo, acrescentando que pretende também que as pessoas que visitam o blogue percebam a diferença entre inclusão e integração.
Entretanto, desenvolveu uma campanha, que se chama "Ativar a Inclusão" e está disponível tanto no blogue como na rede social Facebook (A mãe da Maria), através da criação de seis pequenos vídeos que pretendem passar uma ideia muito simples: "Todos somos diferentes, todos somos iguais".
"Esta campanha está a ter algum sucesso e está com uma energia muito positiva e está a conseguir chamar a atenção das pessoas para este tema", disse Ana Rebelo, apontando que, só num mês, a página de Facebook tem já mais de 6.300 seguidores.
A par e passo, tenta viver o dia-a-dia como a filha Maria, ao segundo, ao mesmo tempo que lida com a preocupação do futuro e do dia em que ela e o marido não estejam presentes para cuidar da filha.
"Isto acontece porque a sociedade não está minimamente preparada e não há soluções para miúdos mais crescidos a não ser institucionalizá-los e isso é uma coisa que não faz muito sentido", rematou.
Fonte: http://www.dnoticias.pt - 26 de julho 2015

Português alcança o recorde dos 10 km para pessoas portadoras de Síndrome de Down

O português Paulo Henriques, conhecido por todos por Paulinho, alcançou na recente Corrida Popular da Costa Nova o novo recorde mundial dos 10 km estrada para pessoas portadoras de Síndrome de Down.

Segundo o site corredoresanonimos.pt, Paulinho alcançou o tempo de 52m13, superando o seu próprio recorde, de 53m33, embora o mesmo não estivesse homologado pela Federação Internacional de Desporto para Pessoas com Síndrome de Down.
Os vencedores do evento foram Pedro Cruz e Carla Martinho, «que registaram 31m48 (3m10 por km, novo recorde da prova) e 37m21 (3m44 por km). Paulinho cortou a meta com o tempo de 52m13 (5m13 por km), novo registo mundial», escreve o site.

sábado, 25 de julho de 2015

Grande Reportagem - Os Tratadores

Para ver a reportagem, clique aqui: Os Tratadores

Mudar o mundo - filme educativo

Filme educativo sobre os direitos fundamentais das crianças, em que um menino viaja de comboio pelo mundo, observando diversas situações, em que as crianças estão envolvidas 

- Direitos Humanos e da Criança; 
- Direito à alimentação; 
- Direito à família; 
- Direitos à educação e tempos livres; 
- Direito à paz.


"Todas as crianças do mundo têm os mesmos direitos", ou deveriam ter, como direito à educação, ao lazer, ao poder crescer como criança...

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Empatia VS Simpatia - O Poder da Empatia...

Sabe a diferença entre Empatia e Simpatia?

Quatro características da empatia:
  • Entendimento de perspectiva (compreensão, olhar o outro)
  • A habilidade de ter a perspectiva de outros (olhar como o outro)
  • Reconhecer a perspectiva deles como verdade
  • Não julgar
"Empatia é sentir como as pessoas. ” A simpatia, por si só, não basta. 
Veja esta animação que explica claramente a diferença entre Empatia e Simpatia:

Fonte: http://psicologiaacessivel.net/

terça-feira, 21 de julho de 2015

Pixar Festa nas Nuvens - Reflexão sobre diferença

Da série Dharmalog para Crianças (e também para adultos): "Festa nas Nuvens" (Partly Cloudy) é um curta de animação de 5 minutos da Pixar Animation Studios (lançado originalmente na abertura do filme "Up! Altas Aventuras", também da Pixar, de 2009) que diverte e inspira pela história entre o pássaro Peck e a nuvem Gus, que, juntos, devem criar e entregar bebês de todas as espécies do mundo animal no planeta Terra. Outras nuvens entregam bebês mais "normais", enquanto a missão de Peck é especialmente delicada pois os bebês são de espécies um pouco mais difíceis -- como jacaré, carneiro e porco-espinho. A sutileza da comunicação entre os dois, o senso de missão e companheirismo se destacam nessa história aparentemente apenas divertida do estúdio que criou Vida de Inseto, Monstros, Up!, Wall-E e a série Toy Story, e ganhou 27 Oscars até agora.


Fonte: https://www.youtube.com/

INCLUSÃO: Alfabeto

PARA TER ACESSO AO MATERIAL CLIQUE NOS LINKS ABAIXO ONDE AS OPÇÕES PODEM SER ENCONTRADAS EM PDF E POWER POINT.
MODELOS DE ALFABETOS

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Porquinhos da Índia são os melhores amigos das crianças autistas

Os porquinhos da Índia ajudam as crianças com autismo. Esta é a principal conclusão de um novo estudo sobre o tema, que comprovou maior bem estar nos mais pequenos, depois de brincarem com estes animais.


Eles não julgam, não fazem "bullying", são amistosos, sociáveis e agradáveis ao tato. Razões suficientes para levarem investigadores australianos a concluir, depois de um estudo com quase 200 crianças (autistas e com um desenvolvimento típico), que os porquinhos da Índia são mais que benéficos para os mais novos que sofrem de autismo.
Ao brincarem com estes animais, as crianças autistas ficam mais atentas, mais sociáveis e menos ansiosas, revela o estudo publicado na Developmental Psychobiology. Os dados psicológicos de cada um foram analisados à luz dos "efeitos calmantes" que os animais exerceram sobre as crianças.
Através de uma pulseira electrónica colocada nos pulsos das crianças, os investigadores conseguiram monitorizar os níveis de entusiasmo - ansiedade ou excitação.
As crianças com desenvolvimento típico mostraram-se felizes e com grande nível de excitação. As autistas mostraram-se igualmente extasiadas, mas com bastante menos "stress".
Geraldine Lawson, do Duke Centre para o Autismo e Desenvolvimento Cerebral, considera a conclusão "promissora", uma vez que a ansiedade é precisamente o que tipicamente interfere na socialização dos autistas.
"Não sabemos quais são os mecanismos. Talvez seja mais fácil interagir com os outros quanto temos um terceiro objeto, em vez da interação cara-a-cara", explica.

Jovem com paralisia cerebral só queria atar os ténis sozinho. E a Nike ajudou

Matthew Walzer nasceu prematuro com uma paralisia cerebral que o tem impedido de fazer coisas tão simples como atar os ténis.
Até que, no verão de 2012, este jovem da Califórnia, EUA, decidiu publicar uma carta aberta dirigida a Mark Parker, CEO da Nike.
"O meu sonho é ir para universidade da minha escolha sem ter a preocupação de ter comigo alguém para me atar os sapatos. Tenho 16 anos. Uso sapatos de basquetebol Nike toda a minha vida, porque preciso de apoio nos tornozelos. Visto-me sozinho, mas os meus pais ainda têm de me atar os sapatos, o que é extremamente frustrante e embaraçoso".
A mensagem sensibilizou o patrão da Nike, que pôs a trabalhar o departamento de Tobie Hatfield (que conta a história deste projeto no filme, em baixo), responsável pelas próteses de Oscar Pistorius e Sarah Reinertsen.
O departamento de Tobie tinha já iniciado um projeto para atletas com deficiência quando um dos funcionários mais antigos da Nike, Jeff Johnson, ter tido um enfarte que paralisou o lado direito do corpo.
E assim nasceu o modelo Flyease, que faz parte da linha Nike criada para o basquetebolista LeBron James e que funciona com velcro. Para felicidade de Matthew e de muitos americanos com necessidades especiais. 

domingo, 19 de julho de 2015

Piaget, Vygotsky e Wallon – Tripé teórico da Educação

Jean PIAGET
Pesquisar como alguém incorpora um novo conhecimento, como o constrói foi o pontapé inicial de sua “teoria”. Postula que ao se deparar com algo novo, o indivíduo tenta remetê-lo a qualquer coisa com que já tenha tido contato, que já conheça. Imaginemos que nossa cabeça fosse um gavetão de arquivos, com várias pastas suspensas (que antigo, isto nem é mais usado!) onde categorizamos tudo aquilo que sabemos. Assim que temos contato com algo novo, é como se abríssemos este gavetão para procurarmos algo similar, parecido, nas pastas suspensas (categorias) que já possuímos, mas não encontramos nada similar. A esta primeira estranheza do novo, Piaget nomeou assimilação, isto é, reconhecer alguma coisa como diferente do que eu já conheço. A partir deste reconhecimento, do contato com a novidade, da experimentação, o indivíduo refina seus conhecimentos e incorpora uma nova informação, o que proporciona a criação de um novo conceito, nova categoria, o surgimento de uma nova pasta suspensa em nosso gavetão (ou a criação de uma subpasta). A esta nova partição criada, organizada, sistematizada Piaget chama de esquema. Incorporado novo esquema mental, assume-se a acomodação, que define um conhecimento aprendido, incorporado, introjetado.
Vejamos um exemplo:
Uma criança de dois anos e meio conhece diferentes cachorros: pretos, marrons, brancos, de pequeno, médio e grande portes, manchados, lisos, de pelo curto, de focinhos gelados, rabos grandes, etc. Já tem criado em seu gavetão o esquema mental “cachorro”. Numa determinada situação esta criança se depara com um cavalo. Abre seu gavetão mental e procura algo similar. O que tem de mais parecido é o “cachorro”. Neste momento chama o cavalo de “cachorro gigante, ou mamãe cachorro que comeu demais”, entre outras hipóteses. O que importa é que ela tentará “ligar” o cavalo aos animais que já conhece. Como seu repertório é pequeno, precisará lançá-lo ao conhecido: o cachorro. A intervenção de alguém mais experiente é essencial: é ele quem possibilitará novo olhar para este pseudo-cachorro, com perguntas que permitam desafios, problemas para a criança:
– Este animal é mesmo um cachorro? Perceba seu focinho. É igual ao do cachorro? E seu corpo, já tinha visto um cachorro deste tamanho? E as unhas? O rabo é do mesmo tamanho? Etc.
Enfim, questionamentos simples farão com que a criança perceba que este já não se trata de um cachorro, que ele não se enquadra neste esquema mental. Isto representa assimilação.
Depois de algumas experiências com cavalos, desenhos, leituras, visualizações, comparações a criança conseguiu criar nova categoria – cavalo. O reconhecimento do cavalo equivale ao conceito de acomodação. Agora a criança já sabe o que é cavalo e o que é cachorro.
Toda esta seqüência acontecida, do olhar algo novo a apreendê-lo, é o definido como processo de equilibração, para Piaget. Recapitulando:
1.Criança conhece cachorro – está na chamada zona de equilíbrio, de conforto.
2. É apresentada a um cavalo – tenta categorizá-lo como cachorro, mas não consegue, é diferente – zona de desequilíbrio, de desconforto.
3. De tantas experiências com um cavalo, aprende a categorizá-lo – zona de equilíbrio, de conforto novamente.
A função do professor nesta perspectiva é “desequilibrar os esquemas mentais do aluno”, oferecer desafio compatível àquilo que conhece. É necessário um mecanismo contínuo de sondagem dos conhecimentos prévios dos alunos para perceber necessidades de intervenção.
Piaget organizou também os chamados estágios de desenvolvimento, que determinam o nível maturacional da criança, quais suas apropriações de acordo com seu tempo. Suas principais características:
1º período: Sensório-motor (0 a 2 anos)
  • Período de percepção, sensação e movimento.
  • É regido pela inteligência prática.
2º período: Pré-operatório (2 a 7 anos)
  • Função simbólica – linguagem – comunicação
  • Egocentrismo (reconhece, assume, percebe o seu ponto de vista)
  • Não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explicação – finalismo
  • Jogo simbólico = faz de conta, imaginário
  • Animismo – características humanas a seres inanimados
  • Realismo – materializar suas fantasias
  • Artificialismo – explicar fenômenos da natureza através de atitudes humanas
3º período: Operações concretas (7 a 11 ou 12 anos)
  • Reorganiza, interioriza, antecipa ações
  • Diferencia real e fantasia
  • Estabelece relações e admite diferentes pontos de vista
  • Tem noções de tempo, velocidade, espaço, causalidade
4º período: Operações formais (11 ou 12 anos em diante)
  • Esquemas conceituais abstratos
  • Valores pessoais 
Lev Semenovitch VYGOTSKY
Vygostsky tem como palavra-chave interação social, o que implica dizer que o desenvolvimento do indivíduo se dá através da relação com o outro, com o mundo.
O conceito de mediação simbólica trata do conceito de intermediação, da relação homem-mundo, que acontece através de duas formas:
a) Instrumentos: objetos, ferramentas criadas pela necessidade de intervenção do homem no mundo – ação. Se toda produção do homem é cultura, a encara como alargadora de possibilidades. Exemplo: o homem precisava percorrer grandes distâncias, inventou o avião, o navio, claro que o que não está em questão é o tempo que se levou para a constituição final destas invenções, mas sim, da necessidade atendida através da idealização.
b) Signos / símbolos: são representações. Exemplo: o símbolo de masculino e feminino. Sentido, significado objetivo. Esta é a primeira categoria. Na segunda, os símbolos demandam abstrações mais elaboradas, internalizadas, reflexivas. Exemplos: noção de tempo. E quando dizemos a palavra mesa. Uma pessoa que escuta já traz em sua memória um desenho qualquer de mesa, a idéia do que é uma mesa, para que ela serve.
A linguagem, contemplada como instrumento do pensamento, tem duas funções:
Comunicação: expressão, intercâmbio social.
Categorização: de classificação, conceituação do mundo: representa inteligência prática.
Zona de desenvolvimento proximal
Conceitos atrelados: conhecimento real e conhecimento potencial
Conhecimento real é aquele em que há o domínio, aquilo que se conhece, sabe, articula. É passado. Exemplo: sei fazer arroz.
Conhecimento potencial é aquele que se pode dominar com a ajuda de outro mais experiente, por exemplo: apesar de saber fazer arroz, só consigo fazer risoto com a ajuda de minha avó, pois ela organiza toda a seqüência da receita para que eu não me perca.
A distância entre o conhecimento real e o conhecimento potencial é chamada de zona de desenvolvimento proximal. É o “lugar imaginário” onde o professor deve atuar no aluno. Se tivermos 42 alunos numa sala de aula, teremos 42 z.d.ps diferentes.
Henri WALLON
Defendeu a idéia da compreensão da criança completa, concreta, contextualizada, vista de forma integral, isto é, não mais encarada como um adulto em miniatura, mas sim, como um ser numa etapa de especificidades. Segundo ele são quatro os campos funcionais que visualizam a criança de modo “integrado”:
1. As emoções: manifestação afetiva, relação = interação criança e meio onde está inserida.
2. O movimento: primeiro sinal de vida psíquica. Vislumbrada em duas dimensões:
a) expressiva: base das emoções, de expressão.
b) instrumental: ação direta sobre o meio físico, concreto. Voluntário.
3. A inteligência1º momento = sincretismo = misturar as coisas, confusão = não separa qualidade do objeto. Exemplo: criança de dois anos que tem um colega cujo nome da mãe é o mesmo da sua, não aceita a idéia (o nome Maria é da sua mãe, não da mãe do outro).
Com as experimentações da criança sobre o mundo, progressivas diferenciações ocorrem, o que proporciona o ampliar de seu repertório de categorizações. Isto não quer dizer que nunca mais, após a infância, estejamos sujeitos ao “sincretismo”. As grandes invenções, as diferentes idéias surgem de momentos de sincretismo, de mistura, de confusão, de possibilidades, de criatividade.
2º momento = pensamento categorial = conceitual (acontece na idade escolar) possibilidade de pensar o real por meio de categorias, diferenciações, classificações.
4. A contrução do “eu” como pessoa: Como constrói a consciência de si.  Inicialmente o indivíduo está na fusão emocional – No útero materno, necessidades alimentares ou posturais têm satisfação automática. Pós nascimento mamãe e bebê ainda são encarados como um todo, o que representa para WALLON alto grau de sociabilidade – ela e outro = um só, para depois o indivíduo perceber-se enquanto único, o que nomeia processo de individuação.
É caracterizado de duas formas:
– imitação do outro = maneira de “incorporar o outro”, o outro como modelo, referência.
– negação do outro = para perceber o limite “eu-outro” manifesto meu ponto de vista através de condutas de oposição, o que representa a expulsão do outro em si mesmo.
Picos desta constituição acontecem com 3 e 13 anos, aproximadamente, apesar da considerar que esta diferenciação “eu-outro” nunca é completa, total, ocorre durante toda a vida.
Pode-se assumir, segundo WALLON que a relação destes quatro campos funcionais não é sempre de harmonia, mas sim, de conflito.

The First Flight - animação

Encontrei hoje, por acaso, esta animação produzida pela Dreamworks que me tocou, envolveu e, por isso, não pude deixar de a publicar aqui. 
Simplesmente MARAVILHOSA!
Conta  a história de um passarinho que não sabe voar e um homem que, envolvido pela rotina e seriedade do trabalho, não olha para as pequenas alegrias da vida e, inclusive, tenta afastar-se para não se envolver em nada que o desvie desta rotina.
Porém, no decorrer do vídeo e na tentativa de ensinar o passarinho a bater as asas, o homem volta, aos poucos, a sorrir de forma espontânea e envolvente.
Veja o vídeo: “O primeiro voo” (The first flight):

Fonte: http://psicologiaacessivel.net/

Calendário 2016 para impressão em Excel

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sábado, 18 de julho de 2015

A usura da inclusão


Há palavras que ficam puídas pelo uso. Inicialmente densas e poderosas acabam por andar em tantas bocas, em tantas canetas, em tantos teclados, em tantos textos e documentos que se desgastam, ficam finas, genéricas tornam-se lugares comuns…

Esta vida e desgaste das palavras é um argumento muito evocado pelos linguistas para atestar que a língua é uma entidade viva e que o uso imoderado e despropositado das palavras acaba por lhes retirar a frescura, a pertinência e o significado. As palavras assumem esta vida: têm olvidos e modas, têm uma vida umas vezes fugaz outras perene. As palavras, como o vestuário ou os automóveis, têm modas que lhes custam caro: quanto mais se usam mais se desgastam e mais próximas ficam de se tornarem delgadas e vazias.

"Inclusão" é uma destas palavras. O significado inicial e primeiro situava-se no desenvolvimento de um sentimento de pertença. Estar incluído era pertencer mesmo, estar dentro e por dentro era fazer parte, rir com, sofrer com, fazer com. Logo no início algumas pessoas mais preocupadas com a etimologia do que com o conceito, criticaram a palavra por ter uma conotação de “estar fechado dentro” (“in–cluso”). Na verdade, não valorizo muito estas bizantinices etimológicas: se as valorizássemos o nosso salário ainda seria pago hoje com umas boas sacas de sal…

A palavra inclusão assumiu-se como um conceito novo sobretudo quando a cotejamos com a palavra que por vezes é julgada sinónima: integração. Na verdade, integração sempre significou a possibilidade de uma pessoa ou de um grupo se integrar numa cultura que lhe é estranha e indiferente. Quando se diz que uma pessoa ou grupo “não se integraram” são os “integráveis” que assumem todo o ónus do processo de conseguir a pertença. O contexto, a comunidade ou a instituição onde a pessoa se devia integrar nunca são questionados: quem não se integra é porque não quer ou porque não pode.

Diferentemente, a palavra “inclusão” pressupõe uma mudança na parte que se quer integrar e na estrutura que integra. Quando dizemos que falhou um processo de inclusão é forçoso que questionemos quais são as responsabilidades repartidas entre quem se inclui e a estrutura onde se inclui. O sucesso ou o insucesso desta inclusão é pois sempre partilhado, é uma interação, uma relação que se cultiva entre os diferentes atores.

Esta aproximação ainda que pareça simples constitui uma grande mudança na forma como se pensam estes processos. Apesar de dizermos que as responsabilidades são repartidas, é muito fácil dizer, por exemplo, que um aluno tem problemas na escola porque tem deficiência intelectual. Ora, se só olharmos para a deficiência intelectual, estamos a olhar só para um dos lados. A questão que se levanta e que permanece é: “O que faz a escola para ensinar e educar alunos que tenham deficiência intelectual?”. Só fazendo esta pergunta e procurando respostas honestas e realistas poderemos entender o que quer dizer inclusão.

Muitas vezes confunde-se “inclusão” com uma simples colocação de alunos na escola. Se estão só colocados lá, nem de educação se pode falar (talvez disséssemos que estão “estacionados” na escola), mas se participam nas atividades de aprendizagem regulares da escola talvez já possamos considerar integração. Mas existe um terceiro nível: o da inclusão. Verifica-se quando a escola, conhecendo as características dos alunos organiza o currículo para os poder ensinar, diferencia estratégias para os educar e se modifica para lhes proporcionar uma real igualdade de oportunidades e sucesso.

Incluir um aluno não é colocar um aluno com dificuldades numa escola que não mudou em nada a sua forma tradicional de educar e de aprender. Se a escola (e quando digo escola digo, toda a escola, incluindo todos os adultos que nela trabalham) não for capaz de se modificar, de reinventar a forma como organiza a comunicação, o ensino, a aprendizagem as experiências de vida, certamente que nunca será uma escola inclusiva.

Entendo que a palavra inclusão está desgastada mas mais desgastados estão os professores, as famílias, os alunos que ouvem falar muito de inclusão mas continuam a ver poucas medidas concretas que levem a que cada criança, cada aluno possa ver respeitado o seu percurso de aprendizagem, as formas como aprende melhor, a motivação que o pode levar a apaixonar-se pelo conhecimento.


Agora que vão começar as campanhas eleitorais a palavra inclusão vai voltar a ser intensamente usada, irá ser muitas vezes evocada em vão e, sobretudo, vai-se desgastar ainda mais. Mas não nos enganemos: o que está gasto não é o conceito de inclusão, o que está debotado não são as suas cores de esperança e de profundo compromisso com a mudança social; o que está gasta é a nossa esperança de ver uma escola inclusiva, uma sociedade inclusiva, uma sociedade que saiba é a interação com a diferença que nos fez ser o que somos, porque só assim – lidando com a diferença – descobrimos quem somos. Está gasta a esperança mas não acabada: ela renasce cada ano.
Presidente da Pró-Inclusão / Associação Nacional de Educação Especial e conselheiro Nacional de Educação. O autor escreve segundo o Acordo Ortográfico.