Nós trabalhamos com uma variedade tão grande de gente – mães e pais, tios e tias, avós e avós, irmãos e irmãs… de toda a parte do mundo – de perto e de longe, ricos e pobres, pais solteiros e famílias imensas… todos os dias me espantam as situações incrivelmente singulares que as famílias vivem. Cada família é tão diferente – com tantas crenças, pensamentos e perspetivas diferentes. O mundo é um caleidoscópio de uma variedade inspiradora.
E contudo, não obstante a singularidade de cada um de nós – eu continuo a ver um tema comum a todos os contextos culturais – parece que todos nos esquecemos de que tomar conta de nós próprios é tão importante como tomarmos conta dos nossos filhos.
A minha perspetiva especial sobre a vida é de que nós nunca nos esquecemos acidentalmente de nada – acredito que nos esquecemos sempre de propósito. O que tenho notado é que cada pai escolhe pôr o seu filho em primeiro lugar, a tal ponto quetem que se esquecer dele próprio – simplesmente não há espaço para os dois. A crença subjacente parece ser a seguinte: “Se eu tenho tempo para descansar e tomar conta de mim mesmo, então devia estar a passar esse tempo a tomar conta do meu filho”. É como se nós nunca fossemos suficientes a não ser que tomássemos conta de alguém sempre que temos oportunidade para isso. Se tomar conta dos outros 24/7 faz com que se sinta realmente bem – ótimo! O único desafio que esta crença apresenta é que tende a levar à exaustão – chegarmos a um ponto no qual já não conseguimos tomar conta de ninguém.
É hora de tirar um momento para si próprio. É hora de reconhecer que a sua ação para com os outros é melhor quando primeiro cuidou do seu próprio corpo e do seu próprio espírito. Busque na sua memória por coisas de que costumava fazer exclusivamente para si próprio – e faça algo somente para si. Vá dar um passeio – pare e cheire as flores – faça yoga – leia um livro – pinte as unhas dos pés – veja um jogo de futebol – faça uma receita nova – sente-se em silêncio – tome uma chávena de chá com um amigo… O que quer que o inspire a sentir paz interior, dê a si mesmo autorização para tirar esse tempo só para si.
Verá que é como magia: quando regressa dos seus 30-minutos só para si, o seu filho responderá de uma forma totalmente nova. Começará a ver que os seus 30-minutos-longe-de-tudo na verdade são 30-minutos-para-apoiar-toda-a-família. Quanto mais tomar conta de si próprio, mais será capaz de tomar conta do seu filho.
Desejo-lhe um dia mágico!
Da Carolina (Autism Treatment Center of America)
Fonte: Vencer Autismo by Marta Costa, in Índigo Sunrise
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