A leitura é uma atividade que faz parte do quotidiano das crianças (pelo menos deveria fazer!), seja como atividade educacional ou de lazer. E, independente da finalidade da leitura, uma coisa é certa: para que esta seja uma atividade ativa para crianças com disfunções e/ou deficiências são necessárias adaptações.
Aqui estão estratégias para usar e ajudar a facilitar a participação/compreensão da criança com disfunção e/ou deficiência durante a leitura:
Por Ana Leite, in http://www.reab.me
Escolha livros que são cognitivamente apropriados para a idade da criança ou grupo
Preste atenção, não estamos falando de idade cronológica, estamos falando de desenvolvimento cognitivo. Se a criança de 10 anos está funcionando cognitivamente como uma criança de 2 anos, escolha um livro apropriado. A temática pode até ser para uma criança de 10 anos, mas é necessário adaptar a história para as capacidades e necessidades cognitivas de uma criança de 2.
Sempre dê escolhas, pergunte que livro a criança quer ler . Motivação e interesse são fundamentais!
Use elementos visuais e manipuláveis
Por exemplo, você pode usar fotos/imagens dos personagens e elementos centrais da história. As imagens podem ser encontradas na internet ou feitas por você. Elementos manipuláveis podem incluir objetos do cotidiano, como uma garrafa que representa o personagem principal, um pedaço de tecido ou folhas do jardim. Explore a sua imaginação e a da criança, à medida que torna para ela a história mais palpável, mais compreensível.
Importante: não use muitos elementos, pois o excesso pode se tornar uma distração e não ter o efeito esperado que é estar focado na história. Fique com elementos- chave que você pode usar ao longo da história.
Faça perguntas, dê escolhas, estimule pensamentos criativos
Para uma criança com disfunção cognitiva significativa, você pode começar perguntas simples relacionadas a história e aumentar a complexidade. Se a criança tem dificuldade em responder às perguntas, dar-lhes escolhas , como “Será que o coelho vai fazer seguir o caminho ou seguir a raposa na história? ” Se para a criança esse tipo de questionamento ainda é complexo, faça perguntas que ela possa responder com sim e não.
Sempre use reforço positivo para celebrar os sucessos. Uma criança não deve sentir-se como em um teste, a leitura deve ser um momento prazeroso, confortável, envolvente e ativo; e, para isto são necessárias as instruções corretas.
Placas de comunicação podem também ser úteis para uma criança que é não-verbal ou minimamente verbal.
Use variação de entonação e expressão facial ao ler
O uso de expressão durante a leitura melhora a capacidade da criança de compreender melhor a história e responder a perguntas com mais precisão. Entonação flutuante ao longo dos momentos da história e o uso de expressões faciais são excelentes recursos para manter a criança engajada e favorece a compreensão.
Use a experiência de uma criança e crie atividades sobre a história
Relacionando a história a experiência da criança facilita a compreenssão. Por exemplo, ao ler a história de um coelho que pega tudo o que tem na frente dele podemos comparar como as crianças se sentem em uma loja de brinquedos. “Você já sentiu que queria tudo na loja de brinquedos?” Muitos vão se identificar com isso e discutir!
Visitar uma loja de brinquedos e discutir a história pode ser uma atividade de transição que pode ajudar a criança a recordar informações e trabalhar em sequencialmente e habilidades narrativas.
Use livros que tratem sobre a disfunção ou deficiência da criança ou quem sabe crie com ela uma história sobre esta temática!
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