Se uma
criança for míope, ninguém contesta que frequente a escola, apesar de, sem
óculos, ter dificuldade na aprendizagem. Os meninos com problemas de
desenvolvimento precisam apenas de apoios especiais, na mesma escola.
Depois
de um período em que as crianças com problemas de comportamento ou
desenvolvimento não entravam no sistema educativo ou saíam dele precocemente,
passou-se para uma fase da chamada ‘integração’, na qual as crianças com
problemas deveriam ‘fazer um esforço’ para serem mais parecidas e acompanharem
as consideradas ‘normais’. O passo seguinte parte para um novo conceito: a
inclusão. Admitir que o universo da população é composto por seres humanos com
diferentes características de personalidade, temperamento, competências, dons e
talentos e que os ecossistemas, como a Escola, devem incluir todos, salvo raras
e admissíveis exceções. Dando os apoios necessários a cada um, mas estimulando
o que a partilha de saberes, experiências, vivências e aspetos sociais pode
trazer de bom para cada um e para todos.
Se
uma criança for míope em grau moderado ou elevado, ninguém contestará que
frequente a escola, apesar de, sem óculos, ela ter grandes dificuldades no
processo de ensino/aprendizagem. Além dos óculos, os professores tentarão tudo
para que a sua deficiência não resulte emhandicap, como, por exemplo,
coloca--lo na fila da frente.
Desta
vez vou abordar uma outra situação: as chamadas doenças do espectro do autismo.
Com a discussão que tem havido sobre eventual redução de apoios socioeducativos
na educação especial, creio ser importante relembrar uma situação comum, que
engloba várias doenças, mas que se revelam por sintomas e sinais parecidos.
Para que as crianças possam beneficiar de todos os apoios necessários, no
sentido de uma escola verdadeiramente inclusiva.
http://www.paisefilhos.pt/index.php/opiniao/mario-cordeiro/6890-diferentes-na-escola
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