A área de atuação do musicoterapeuta é diversificada. Pode se
dedicar a autistas, deficientes mentais, pessoas com distúrbios neurológicos,
empresas, escolas ou meninos de rua.
A musicoterapia aplicada em autistas tem dado resultados
positivos. A música é a única ponte de comunicação possível para os portadores
deste tipo de transtorno neurológico.
Nesses pacientes, a música não verbalizada é decodificada no
hemisfério direito do cérebro (subjetivo e emotivo). Ela se move até o centro
de respostas emotivas, localizado no hipotálamo, e passa para o córtex
(responsável pelos estímulos motores e do intelecto).
Os sons verbais, no entanto, não "funcionam" dessa
forma porque são registrados no hemisfério esquerdo, na região cortical
(analítica e lógica) diretamente do aparelho auditivo.
Em resumo, no autista, a música atinge em primeiro lugar a
emoção para depois passar para reações físicas, como o batucar, por exemplo,
nas pessoas normais. Dessa forma, o autista consegue interagir com o terapeuta.
Pacientes que sofreram lesão do lado direito do cérebro, podem
ter a percepção melódica comprometida. O tratamento com musicoterapia, nesse
caso, utiliza estímulos sonoros nas adjacências da área lesada, que criará
novas conexões cerebrais.
Em casos com pacientes em coma, os resultados também foram bons.
Com fones de ouvido, o paciente ouve fitas gravadas com vozes das pessoas
queridas, músicas preferidas, sons da casa e da natureza. Os depoimentos de
pessoas que saíram do coma confirmaram o auxílio da musicoterapia: elas tinham
as lembranças reavivadas com os sons, o que motivava o indivíduo a viver.
A terapia também atua em hospitais, principalmente no auxílio a
crianças emocionalmente instáveis, portadoras de doenças graves. Crianças que
desenvolveram câncer, por exemplo, fazem uma sessão de musicoterapia antes de
serem "bombardeadas" pela quimioterapia.
Na área social, há iniciativas com meninos de rua que visam
trabalhar a auto-estima, aumentar a confiança e ensinar a se autovalorizem.
(Jorge Blat)
Fontes: Maristela Pires da Cruz Smith, presidente da
Associação de Profissionais e Estudantes de Musicoterapia do Estado de São
Paulo, e Conceição Rossi, musicoterapeuta e terapeuta holística da
Endocrino-Clínica de São Paulo.
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